- Tia, veja se a minha lição está legal?
- Me desculpe, eu sou sua professora, não sua tia. Quanto a sua lição.......
Professora ou Tia!
O costume de chamar a professora de “tia” vem da década de 60. As mulheres, ao buscar afirmação profissional, recorriam às escolas para cuidar de seus filhos e, de certa forma, segundo relato de mães, entregar os filhos à tia e não à professora lhes aliviava a culpa. Contudo, esse tratamento dissimula a relação de autoridade.
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A criança precisa diferenciar universos e perceber que cada espaço tem seus próprios valores, concluíram os pedagogos. As escolas com método sócio construtivo, começaram a rever o tratamento nos anos 70 e pensar no profissional da educação como um educador que interage com o aluno e o conhecimento, sem perder o envolvimento emocional.
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Algumas escolas adotam e permitem o tratamento de professoras pelas crianças por “tias”, o que é um erro enorme, pois isso prejudica o desenvolvimento da maturidade dos alunos, cria um vínculo entre professora e aluno que não contribui em nada com o ensino-aprendizagem, além de fazer com que as educadoras percam a referência do nome e o seu valor da profissão.
As crianças, com o tempo acabam percebendo por si que professora é a pessoa que educa, ensina brincadeiras, criar, inventar; enquanto que a tia é a irmão da mãe ou do pai.
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Paulo Freire (1997) afirma que “a tarefa de ensinar” não deve transformar “a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco”.
Referência bibliográfica: FREIRE, Paulo. “Professora sim, tia não”. São Paulo: Olho d’Água, 1997.
Beijocas
Cris Chabes
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